terça-feira, abril 12, 2011

Ponto de Equilibrio


A filosofia aparece na nossa vida de maneira espontânea. É só estar atento. Afinal, filosofar é pensar sobre a vida. Ontem aconteceu uma situação cotidiana em que foi peremptória uma reflexão imediata. Estava na aula de yoga quando nosso professor passou uma posição de equilíbrio. E até já tinha alertado: “Se você está tentando muito controlar uma situação ou uma pessoa, vai acabar se desequilibrando. Você só consegue se equilibrar quando confia”.


Bom, eu estava tentando achar meu ponto de equilíbrio, tentando largar o controle, quando comecei a bambear. A moça que estava atrás de mim se desequilibrou e o professor brincou com ela por este fato. Ela então automaticamente disse: “O desequilíbrio dela (no caso o meu) me desequilibrou.” E imediatamente eu respondi: “Mas eu não posso ser o seu ponto de referência.” Aí, o professor vibrou: É isso! Que maravilha de frase : O desequilíbrio do outro me desequilibrou. Mas desde quando o outro é referencial de equilíbrio?”


Vejam como num momento aparentemente normal paramos para refletir. Desde quando o outro serve de referencial para nos sentirmos equilibrados? Quantas vezes nos baseamos no outro para tomar nossas decisões?


Quantas vezes jogamos no outro a responsabilidade por nossas atitudes? Quantas vezes usamos a frase: “Mas fulano me tira do sério!” Eu pensei muito sobre esta situação e quantas vezes faço essas elaborações: “ Puxa eu estava tão tranqüila e o outro veio com suas irritações e me irritou também.” Ou quando estamos bem e o mau humor do caixa do supermercado nos tira o humor também.


Percebam em suas vidas quantas vezes vocês atribuem o seu poder pessoal ao outro? Desde quando o outro é responsável pelo nosso equilíbrio? Nós somos o nosso eixo, esta é a verdade. Toda a vez que eu atribuo ao outro o meu comportamento, as minhas decisões ou os meus desejos, eu enfraqueço a minha essência. Você já parou para pensar sobre isto? Faça uma reflexão sincera: quantas vezes você atribui ao outro as suas derrotas? Quantas vezes você tentou se livrar de uma situação, jogando a culpa da sua atitude no outro e tirando a sua responsabilidade?


Como podemos usar o outro como referencial se mal conseguimos nos equilibrar sozinhos? E como damos este poder ao outro, sem saber se ele está de fato equilibrado? E fazemos isto sempre, seja com nossos companheiros, filhos, amigos, chefes, pais, o governo, etc.


Vivemos em grupo, partilhamos nossos pensamentos e sentimentos com quem amamos, estamos inseridos na sociedade e fazemos parte de um contexto. Isto é fato. Mas não podemos esquecer que antes de qualquer coisa, nós somos os únicos responsáveis pelo nosso caminhar em equilíbrio. Se alguém do grupo desequilibra, os demais tenderão a desequilibrar, pois estarão atribuindo muito poder ao outro em desequilíbrio.


Se cada um se concentrasse primeiro em manter seu próprio equilíbrio, poderia até dar uma bambeada, mas não cairia, pois estaria se sentido forte em seu eixo. Pensem a respeito. Eu estou refletindo....

3 comentários:

Unknown disse...

Nossa, Cá, falou muito bem!
Estou no processo de tentar achar o equilíbrio em mim, mas não é simples.
Pra escorregar é muito rápido...
Mas não desistirei fácil!
Beijos!

RosanaSidom_Plêiades disse...

Perfeito! Valeu a lembrança. É tão mais fácil arrumar culpados para os nossos problemas. Quem quer passar pela porta estreita?
bjs.

Daniela Balieiro disse...

Cá, excelente pra refletir mesmo!!
Quantas vezes não fazemos isso sem perceber??

Bjos!!

Dani