terça-feira, junho 07, 2011

Bullying = Falta de Amor




Os grandes Mestres que já passaram por este planeta são unânimes ao afirmar que somente o amor salvará a humanidade. Quantas vezes você já ouviu ou leu esta frase; “Amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo.”? A princípio parece ser um movimento tão fácil e espontâneo que muitas vezes achamos que ele é natural dentro de nós.



E então, quando somos apanhados pelas constantes notícias de bullying me vem a mente: isto seria falta de amor? O que leva as pessoas a ridicularizarem outras, a maltratarem, baterem, ignorarem os sentimentos alheios apenas para tirar um “sarrinho” ou rebaixarem alguém por ser diferente ou “estranho”? Me parece ser falta de amor. O que leva as pessoas a usarem a agressão como forma de comunicação? Falta de amor. O que leva pessoas tão jovens a não valorizarem seus professores e pais e aos pais não zelarem ou apoiarem seus filhos? Falta de amor. O que leva um grupo a discriminar uma pessoa por sua opção sexual, raça ou cor? Falta de amor.


Escrevo como cidadã, como mãe, como mulher e não fazendo, sem a pretensão de fazer uma análise antropológica ou psicanalítica pura. Sabemos que existem muitos outros contextos incluídos nesta discussão. O que me preocupa é o grau de agressividade e violência que estes mais recentes episódios ocorreram.

Sabemos que estes fatos sempre existiram em nossa história. Sempre houve o “gordinho engraçado’, o “esquisitão do fundão”, o “nerd”, o “fundo de garrafa”, o “bichinha”. Estes apelidos nunca foram legais, embora aceitos. Sempre há neles grande grau de discriminação, afetando muito a auto-estima daqueles que são rotulados. Mas ultimamente estes apelidos estão se transformando em lutas, socos, pontapés e até morte.


E então me vem novamente a questão do amor. Que amor é este que nos salvará de tanta agressão? Para mim, amar é quer ser. Para ser alguém precisamos querer criar consciência de nós mesmos e não somente nos preocuparmos em ter. As pessoas estão muito preocupadas em consumir, criam-se templos de grifes e não templos da alma. Qual é o melhor carro, qual é a it bag que não pode faltar no meu armário, qual super viagem eu tenho que fazer para contar para os meus amigos ?

E neste frenesi as pessoas estão esquecendo de se perguntar: o que eu sou? O que estou fazendo aqui? Qual a minha função nesta sociedade? Que futuro quero deixar para este planeta e para os meus filhos?


Estas respostas não se encontram somente no ter. É preciso ser. Quando mergulhamos em nós mesmos, nos reconhecemos e iniciamos nosso processo de auto-aceitação. A partir daí estaremos aptos para nos amar e, assim, amar ao próximo. Só nos aceitando, poderemos amar o outro, ter compaixão e aceitação pelo que o outro é, pelo divino que há em cada ser.

Os agressores, salvo raras exceções, não se sentem amados, não se aceitam como são, não se conhecem. Vivem em função de uma sombra coletiva, que compartilham e pela qual se fortalecem. É claro que por diversos motivos, pois podem ter uma história de família difícil, viver num meio social mais hostil, por predisposição genética, etc. Mas tenho certeza que se em algum momento estes agressores encontrassem alguém que os ouvisse com afeto, que os acarinhasse com sinceridade, que os aceitasse como são, provavelmente estes episódios diminuiriam.


São pequenos atos de amor que fazem a diferença. Daí porque o papel dos pais e dos educadores (diretores de escola, professores, funcionários) é também fundamental.

Você sabe se alguma vez um sorriso seu, feito de maneira espontânea, apenas revelando seu contentamento interior, alegrou o dia de alguém? Você já percebeu se aquele abraço apertado dado na despedida aliviou a dor de um amigo? Você sabe se aquele café que você levou ao seu chefe de maneira espontânea o ajudou a refletir sobre uma demissão?


A corrente do amor é muito simples, fácil e pode literalmente salvar vidas. O que estamos esperando para começar? Devemos começar já dentro da nossa casa, no nosso trabalho, com nossos filhos, parentes, amigos. Atos de amor, generosidade, cidadania e ética nunca fizeram mal a ninguém.

Amor gera amor. E eu acredito que só assim a violência minimizará. E quem sabe assim, conseguiremos começar uma Nova Era, mais pacífica e generosa.


Fiquem em paz.
Camila Colaneri

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